sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

VAI VAI-CAMPEÃ DO CARNAVAL DE SÃO PAULO-SUA HISTORIA

    Vai-Vai 2015 - Samba Enredo - CD Oficial                     
                             


GRCSES Vai-Vai


O Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Vai-Vai é uma escola de samba fundada por um grupo de notáveis sambistas no bairro do Bixiga, pertencente ao distrito da Bela Vista, São Paulo, Brasil.
É uma das maiores agremiações do Carnaval Brasileiro. Na capital, é a escola com o maior número de títulos do Grupo Especial, totalizando 15 primeiros-lugares, a última em 2015.
História
No início do século XX, havia no bairro do Bixiga, na Rua Marques Leão, um time de futebol e grupo carnavalesco chamado Cai-Cai, que utilizava as cores branco e preto, da qual fazia parte um grupo de choro e jogava no campo do Lusitana, próximo ao cruzamento das ruas Rocha e Una, na região do Rio Saracura.
Por volta de 1928, um grupo de amigos, liderados por Livinho e Benedito Sardinha, dentre eles estavam, Henrique Felipe da Costa, (Henricão), Frederico Penteado, (Fredericão), Lourival de Almeida (Seo Loro), que ajudava a animar os jogos e festas realizadas pelo Cai-Cai, porém eram sempre vistos como penetras e arruaceiros, sendo apelidados de modo jocoso como "a turma do Vae-Vae". Expulsos do Cai-Cai, estes criaram o "Bloco dos Esfarrapados", e paralelamente, o Cordão Carnavalesco e Esportivo Vae-Vae , que foi oficializado em 1930.
O Vae-Vae adotou as cores preto e branco, as cores do Cai-Cai invertidas, como forma de ironizar o cordão do qual se separaram. Seu primeiro estandarte foi feito de cetim preto ornados com franjas brancas, tendo como símbolo no centro o desenho de uma Coroa com dois ramos de café e abaixo dos ramos, o nome do cordão, seguido da data de fundação.
Seu primeiro compositor foi Henrique Filipe da Costa, o Henricão, que compôs o samba de 1928: "Quem vive aborrecido distrai no Bloco Carnavalesco Vai Vai". Também de sua autoria foi o samba de 1929, que dizia "O Vai Vai na rua faz tremer a Terra / Quem está ouvindo e não vê / Chega a pensar que é guerra". Nos anos 1980, Henricão viria a ser o primeiro Rei Momo negro do carnaval paulistano.
Ja o Fredericão, foi o mentor do brasão do Vae-Vae, sendo a coroa com os dois ramos de café. O primeiro desfile oficial do cordão Vai Vai, foi em fevereiro de 1930, o tema era sobre São Paulo e o samba novamente foi feito por Henricão: “Salve São Paulo, tens o céu cor de anil/ Possui a riqueza e a grandeza, és o coração do Brasil". As fantasias eram livres, e nelas predominavam o preto e o branco. As primeiras canções executadas pela agremiação em seus desfiles foram compostas pelo trio formado por Tino, Guariba e Henricão.
No segundo desfile, em 1931, foi cantado um samba exaltando o próprio cordão. Em 1932 devido à Revolução Constitucionalista, foi o único ano que o Cordão Vae-Vae não desfilou, mas em 1933, o Vai-Vai volta com um tema em Homenagem à Marinha Brasileira, com todos vestidos de marinheiros.
Em 1934, o então GC Vae-Vae venceu a segunda edição do concurso realizado pela Frente Negra Brasileira, ao desfilar com mais de 100 componentes, na terça-feira de Carnaval. Passou a competir nos desfiles oficiais em 1935, competindo contra outras 34 agremiações, sendo 15 cordões, todas num certame único. De 1935 até 1965 o Vai-Vai não tinha um samba-enredo, mas sim sambas exaltação, que eram cantados durante o desfile, sambas como sempre compostos por Tino e Gurariba. A partir de 1951 depois de ser batuqueiro e apitador (onde coloca o toque de caixa de guerra na bateria da Vai-Vai semelhante ao da Mangueira), Sebastião Eduardo do Amaral o famoso Pé Rachado se torna o primeiro presidente oficial do cordão cargo que exerceu oficialmente até 1973.
No meio dos anos 60 uma briga entre Pé Rachado e Romulo filho da Dona Iracema causou uma dissidência na Bela Vista, o cordão Fio de Ouro. Além do Fio de Ouro, surgiu o São Geraldo da família Penteado e o Geraldino que também foi uma dissidência. A única haste que sobrevive ainda é a Barroca Zona Sul.
Djalma Branco, junto com Carioca, elaboraram grandes enredos na década de 1960, tais como "O segundo casamento de Dom Pedro I", em 1966. Por falta de verbas, em 1967 o cordão repetiu o enredo e levou o título, o que gerou grande confusão entre os concorrentes. Em 1968 o enredo foi: "A vinda da família real", onde o Vai-Vai teve como figurinista a mais alta patente em alta costura da época, o estilista Denner. Sua vinda revolucionou o mundo do samba paulistano. Ainda como enredos a Vai-Vai teve em 1969 "Aleijadinho", em 1970 "Princesa Leopoldina" - último título da entidade como cordão carnavalesco - e em 1971 "Independência ou Morte", sendo Zédi o compositor do último samba do tempo de cordão.
No início da década de 1970 a categoria dos cordões carnavalescos já estava decadente e todos passaram a se transformar em escolas de samba. torna-se o Em 1972 a Vai-Vaificialmente uma escola de samba, com a nomenclatura Grêmio Recreativo Cultural e Escola de samba Vai-Vai, estreando logo no Grupo Especial. Depois da saída de Pé Rachado assumiu o comando o presidente Chiclé. Porém o primeiro título como escola de samba chegou em 1978, seis anos depois da mudança. Outros títulos também foram conquistados em 1981, 1982, 1986, 1987 e 1988.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 a escola viveu a sua melhor fase, quando após conquista o título de 1996, foi tetracampeã consecutiva entre 1998 e 2001, ainda que os três últimos títulos tenham sido divididos com outras escolas.
Às vésperas do desfile de 1999, as entidades judaicas Confederação Israelita do Brasil, Federação Israelita do Estado de São Paulo e B'nai B'rith do Brasil protestaram contra uma das alas da Vai-Vai, cujas fantasias apresentavam o desenho da suástica como adereço, com a intenção de representar a suposta previsão sobre Adolf Hitler feita por Nostradamus, que era o personagem-título do enredo aquele ano, sobre a ascensão do Nazismo. No entanto, as entidades judaicas entenderam que aquilo poderia ser entendido como uma apologia.
Sólon Tadeu, presidente da escola na época, desculpou-se com representantes das três entidades, em uma reunião, argumentando que a escola não teria intenção de ofender, mas sim de apenas representar aquele elemento no enredo. Ainda assim, decidiu que a Vai-Vai desfilaria com tarjas pretas sobre o polêmico adereço, de modo a não deixar outras interpretações.
No ano seguinte, comemorando 70 anos de história, no carnaval temático onde todas as escolas apresentaram temas ligados aos 500 anos do Descobrimento do Brasil, a Vai-Vai apresentou o enredo "Vai-Vai Brasil", relativo ao período político de 1985 - 2000. Nesse ano, obteve seu 11º título.
Em 2001 a escola foi tetracampeã com o enredo "O Caminho da Luz, a Paz Universal"
Em 2002 a escola foi a quinta a desfilar na segunda noite de desfiles com o enredo "Guardado à Sete Chaves" enredo que mostrava lendas e superstições sobre o número . No ano seguinte, sexta escola a desfilar na sexta-feira com o enredo "Entre Marchas, Galopes e Cavalgadas". A escola terminou pelo segundo ano consecutivo em 5º lugar.
Em 2004, ano do Carnaval temático, desta vez sobre o aniversário dos 450 anos da cidade de São Paulo, a agremiação homenageou o próprio bairro, o Bixiga e obteve o pior resultado de sua história, o 11º lugar, após alguns problemas na evolução.
No ano seguinte, terceira a desfilar na sexta-feira com o enredo "Eu também sou Imortal", a escola veio "mordida", e após um longo período na concentração, entrou muito bem na avenida, sendo considerada até o fim a favorita para o título daquele ano. Liderava a apuração, quando, mais para o fim da apuração, recebeu algumas notas 9 novamente em quesitos como evolução e harmonia, terminando em quinto lugar. Naquele ano, a bateria protestou contra algumas de suas notas, e decidiu também que não desfilaria no desfile das campeãs, tendo após isso o presidente decidido que a escola não participaria do desfile.
Em 2006, chegou mais perto do título com o enredo "São Vicente, aqui começou o Brasil", mas por meio ponto acabou em segundo lugar atrás da campeã Império de Casa Verde.
Em 2007, já sob o comando do presidente Tobias e com Vaguinho como intérprete, a Vai-Vai terminou na terceira colocação. O novo presidente, logo após o desfile, não polemizou sobre o resultado, reconhecendo a vitória da Mocidade Alegre, embora dizendo que gostaria de ver as justificativas de algumas notas do quesito enredo.
Após o Carnaval, a escola teve que abandonar seus ensaios, até então realizados nas ruas do bairro do Bixiga, uma vez que sua sede não era suficientemente grande para abrigá-los. Isso aconteceu porque alguns moradores, que durante muitos anos protestaram contra supostos transtornos trazidos por estes ensaios, finalmente chegaram a conseguir que a prefeitura

proibisse a agremiação de ensaiar na rua, ainda que ela os liberasse novamente, anos depois.
Em 2008 após sete anos sem vencer a Vai-Vai veio com o enredo "Acorda Brasil, saída é ter esperança" que falava sobre a educação através da música no Brasil e conquistou seu 13º título.5
Em 2009, a apostou num desfile mais técnico do que empolgante[carece de fontes] com o enredo "Mens sana et corpore sano - O milênio da superação", onde abordava a história da saúde. A comissão de frente "Em busca do homem vitruviano" representou um duelo entre o bem e o mal, o Carro Abre-Alas "Peste Negra" representava a varíola, a Ala das baianas simbolizava a "Globalização Microbiana" e a Bateria veio de "Peste Negra", "Homem Lobo do Homem" representando a falta de saúde no Século XIV. A escola terminou em 2º lugar com meio ponto a menos que a campeã Mocidade Alegre.
Em 2010, já sem Chico Spinosa e sim agora com uma Comissão de Carnaval, a Vai-Vai apresentou um enredo que abordava os 80 anos da Copa do Mundo FIFA, fazendo um paralelo com os oitenta anos da própria escola. Devido a alguns problemas nos quesitos Evolução e Comissão de Frente, a escola terminou em 3º lugar com três quartos de ponto a menos que a campeã Rosas de Ouro.
No dia 20 de Abril de 2010 o presidente da Vai-Vai, Thobias da Vai-Vai, passa o cargo de presidente para Darli Silva, o Neguitão e é nomeado Presidente de honra.
Em 2011 a Vai-Vai apostou num desfile considerado emocionante, tendo como tema "A Música Venceu", enredo que levou para o sambódromo a vida e obra do maestro e pianista João Carlos Martins.
A comissão de frente "Delírio de Dalí" apresentou uma síntese de sua biografia, onde os 16 componentes estavam vestidos como personagens da música, política, mulheres e o futebol, entre outros momentos da sua vida. O abre-alas simbolizava o "Cortejo Divinal - Os Deuses da Inspiração", o primeiro Casal representou Orfeu e Eurídice, as baianas representavam "Pitonísia - A Previsão do Futuro" e a Bateria de desfilou com a fantasia "Nossa Orquestra de Samba". A escola terminou como a campeã do carnaval de São Paulo, sendo este seu 14° título.
Para 2012 apresentou um enredo em exaltação às mulheres de modo geral. Seu carnavalesco, Alexandre Louzada, no mesmo ano também assinou, o enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel.
O desfile de 2012, veio homenageando mulheres famosas no Brasil e no mundo, como Eva, Elis Regina, Imperatriz Leopoldina, Anita Garibaldi, Clarice Lispector, entre outras. A comissão de Frente, Cor de Rosa Choque, fazia alusão à música homônima de Rita Lee, que veio com Adriana Lessa na frente, e mostrando vários tipos de mulheres que brilham: Mães, Empregadas, Super-Heroínas, Escravas, entre outras. Com os carros bem acabados, fantasias superiores as do ano anterior, levantando o público do Anhembi, se mostrou como favorita. Terminou em 3° lugar.
Em 2013, contratou Cahê Rodrigues e trouxe como enredo "Sangue da terra, videira da vida: Um brinde de amor em plena avenida - vinhos do Brasil" sobre o vinho, com patrocínio de produtores de vinho do Brasil. A escola acabou em 7° lugar.
Em 2014 foi anunciada a volta do carnavalesco Chico Spinoza e do intérprete Thobias da Vai-Vai, que inicialmente faria dupla com Bruno Ribas, que acabara demitido, sendo substituído pelo jovem Márcio Alexandre. O enredo abordou o cinquentenário da cidade de Paulínia. Embora a escola tenha sido elogiada por conseguir desenvolver a história da cidade do interior paulista na avenida, e tenha sido citada como possível candidata ao título, no dia da apuração, a Vai-Vai recebeu notas muito menores do que o esperado. Acabou com um 9º Lugar, sua pior colocação em 10 anos.
Em 2015, a Vai-Vai fez uma homenagem a uma das grandes cantoras da MPB, Elis Regina. Penúltima escola do segundo dia de desfiles do Grupo Especial, a escola realizou um desfile de plástica e evolução perfeitas, e gerou uma catarse nas arquibancadas, com um samba-enredo contendo partes das músicas da Pimentinha, e terminando o percurso aos gritos de "É campeã!", o que acabou se concretizando, com a chegada do 15º título. Após uma apuração tensa, a escola da Bela Vista ficou empatada com a Mocidade Alegre até o último quesito, quando superou em três décimos a concorrente.

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