CARNAVAL DO RIO DE JANEIRO
basicamente no Após a Independência do Brasil, a elite carioca decide se afastar do passado lusitano e incrementar a aproximação com as novas potências capitalistas. A cidade e a cultura parisienses serão os parâmetros a guiar as modas e modos a serem importados. Atualmente,seu carnaval é oficialmente considerado o maior do mundo,
pelo Guinness Book, com aproximadamente 2 milhões de pessoas por dia nos blocos de rua .
Os bailes
O carnaval da capital francesa será um dos elementos de influência, fazendo com que a folia do Rio de Janeiro rapidamente apresente bailes mascarados aos moldes parisienses. Inicialmente promovidos ou incentivados pelas Sociedades Dançantes que existiam na cidade (como a Constante Polka, por exemplo) esses bailes acabariam por ser suplantados pelos bailes públicos, como o famoso baile
O povo carioca assistia deslumbrado a esses cortejos sem, entretanto, se furtar a saudar com seus limões de cheiro os elegantes mascarados. A tensão decorrente desse embate carnavalesco faria com que a elite procurasse organizar cada vez
mais seus passeios através da reunião de uma grande número de carruagens e da presença ostensiva de policiamento incorporado aos desfiles .
As sociedades carnavalescas
Aos poucos essas promenades acabariam por adquirir uma certa independência em relação aos bailes até que, em 1855, um grupo de cidadãos notáveis organizaria aquele que ficou conhecido como o primeiro passeio de uma sociedade carnavalesca por uma cidade brasileira: o desfile do Congresso das Sumidades Carnavalescas.O sucesso desse evento abriria as portas para o surgimento de dezenas de sociedades carnavalescas que, em poucos anos, já disputariam entre si o exíguo espaço do centro da cidade durante os dias de carnaval .
O carnaval das ruas
Entretanto, o fabuloso carnaval proposto pela burguesia não reinaria sozinho nas ruas do Rio de Janeiro. Paralelamente ao movimento de implantação de uma festa civilizada, outras diversões tomavam forma na cidade. O entrudo, com sua alegria desorganizada e espontânea não era a única diversão carnavalesca popular. Muitos grupos negros de Congadas (ou Congos) e Cucumbis aproveitavam-se da relativa liberalidade reinante para conseguir autorização policial para se apresentarem. Além disso, outros grupos, reunindo a população carente de negros libertos e
pequenos comerciantes portugueses (mais tarde conhecidos como Zé Pereiras), sentiram-se incentivados a passear pelas ruas .
A mistura desses diferentes grupos acabaria por forçar uma espécie de diálogo entre eles. Em pouco tempo as influências mútuas se fazem notar através da adoção pelo carnaval popular, das fantasias e da organização características da folia burguesa. As sociedades carnavalescas por sua vez, passaram a incorporar boa parte dos ritmos e sonoridades típicos das brincadeiras
populares. O resultado de tudo isso é que as ruas do Rio de Janeiro veriam surgir toda uma variedade de grupos, representando todos os tipos de interinfluênciaspossíveis. É essa multiplicidade de formas carnavalescas, essa liberdade organizacional dos grupos que faria surgir uma identidade própria ao carnaval carioca. Uma identidade forjada nas ruas, entre diálogos e tensões.
Essa forma de classificação perduraria até os anos 1930, quando o prefeito/interventor do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto, oficializaria
a festa carioca. A partir daí, os concursos promovidos pelos jornais, os textos jornalísticos publicados na imprensa e as obras dos primeiros folcloristas acabariam por separar as brincadeiras populares em categorias estanques, cada qual com uma história e um formato próprios, tais como blocos, ranchos, cordões, Zé Pereiras, corso e sociedades . Coroando esse movimento é publicado, em 1958 o livro História do carnaval carioca, da pesquisadora Eneida de Moraes que estabelece o texto fundador da folia carioca, e, por extensão, brasileira .
Escolas de samba
Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro
No final dos anos 1920 o Brasil buscava criar uma identidade capaz de diferenciá-lo dentro da nova ordem mundial estabelecida após a Primeira Grande Guerra. O conceito de negritude se destacava mundialmente valorizando as produções culturais negras como a Arte africana e o jazz. A festa carnavalesca e o novo ritmo de base negra recém surgido, o samba, seriam as bases para a formulação
de um sentido de brasilidade. A valorização do samba e da negritude acabariam aumentando o interesse da intelectualidade nos novos "grupos de samba" que surgiam nos morros cariocas. Esse grupos passaria a se apresentar "no asfalto", ou seja, longe dos guetos dos morros, sendo chamados de escolas de samba.
Tratados, inicialmente, como uma espécie de curiosidade "folclórica", esses grupos foram, pouco a pouco, cativando a sociedade carioca com seu ritmo marcado, com a sonoridade inesperada de suas cabrochas e com os temas populares de suas letras.
Mantidas por décadas como elementos secundário da folia carnavalesca carioca, as escolas de samba adquiririam grande proeminência a partir da década de 1950, com a incorporação da classe média aos desfiles, consequência da aproximação entre as escolas e intelectuais de esquerda. A partir daí elas galgariam os degraus do sucesso até se tornarem o grande evento carnavalesco nacional.
O carnaval carioca contemporâneo
Estandarte do bloco carnavalesco Simpatia é Quase Amor, Carnaval de rua do Rio de Janeiro, 2007.
O Carnaval de rua dos blocos e bandas
O Monobloco invade a Avenida Atlântica em Copacabana durante o carnaval do Rio de Janeiro de 2007.
A partir das duas semanas anteriores ao carnaval, as ruas do Rio de Janeiro, são tomadas por um grande número de blocos e bandas que carregam dezenas de milhares de foliões e fazem da cidade um grande baile popular sem cordas e aberto a quem quiser chegar. O carnaval de rua da cidade figura desde 2004 no Guinness book como o maior carnaval de rua do mundo, atraindo cerca de 2 milhões de foliões a cada dia .
O carnaval dos bailes e clubes
Durante o carnaval diversos bailes são realizados nos clubes da cidade, alguns mais voltados para a classe alta, outros para as classes mais baixas . A prefeitura da cidade também realiza bailes populares, abertos ao público em determinadas áreas tradicionais da cidade, como a Cinelândia e em bairros do subúrbio como Madureira. Também é famoso o baile do Gala Gay,na terça-feira de carnaval, voltada para a comunidade GLS e o do Copacabana Palace, que recebe muitas celebridades .
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Apesar de iniciado "oficialmente" na sexta-feira gorda, o carnaval de rua carioca começa já em dezembro quando as escolas de samba da cidade passam a realizar os chamados "ensaios técnicos" no Sambódromo. Verdadeiros desfiles onde o canto, a evolução e o ritmo são os elementos
principais, esses eventos vêm atraindo a população da cidade e arredores que enche as arquibancadas, torce e canta com suas escolas.
Uma verdadeira festa popular que captura cada vez mais o interesse dos turistas desejosos de assistir e participar de um carnaval essencialmente popular. em 2013, os ensaios até então misturados com as escolas do Grupo Especial e acesso. passam a ser separados, por grupo. se repetindo em 2014
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